Há uma teoria na comunicação, na verdade uma hipótese, em que se fala sobre esse agendamento de assuntos, pelos meios de comunicação, nas conversas do dia a dia. Acho super válida. Trata-se da Agenda Setting, formulada por Maxwell McCombs e Donald Shaw, na qual aponta que a mídia, ao escolher determinados assuntos e ofuscar outros, acaba por pautar os temas a serem discutidos no cotidiano das pessoas. E a vi concretizar-se da forma mais brutal no dia 25 de junho, no qual saí de casa com a possibilidade da morte de Jackson, andei 2 minutos e ouvi o porteiro falando sobre isso ao telefone, cheguei a lan house e conversei com desconhecidos sobre o ídolo e entrei no orkut e li mensagens como “Luto eterno” e “I Love Michael Jackson 4 ever” nas atualizações recentes da minha página. Não tinha dúvida que o agendamento já estava instaurado e que daria ainda muito que falar.
Não teve alternativa. O mundo voltou-se para o rancho de Neverland e para a história do Rei do Pop. Em matérias de poucos minutos fiquei sabendo onde ele nasceu, que ele estava endividado, que já foi casado com outra mulher além de Lisa Presley entre outras cositas más. Também vi a foto dele sendo levado para a ambulância, a certidão de óbito, o caixão de bronze com sei lá quantos quilates de ouro, o discurso emocionado de sua filha. Ah, e sim, um vulto em uma matéria da CNN que tanto me deixou assustada! Concordo que seja necessário todo esse histórico, já que trata-se de uma técnica jornalística. Mas cheguei a pensar que toda essa facilidade midiática seria para encenar a morte do Jackson para escondê-lo para sempre de tudo. Tipo a lenda Elvis Presley.
Porém, o que me impressionou foi a reafirmação de um ídolo após sua morte.
Apesar de achar clichê a história de que “só se fala bem da pessoa quando ela morre”, vou me apropriar dessa posição. Vocês já pararam para pensar o quanto a mídia mistificou e criou o signo de anjinho e sofredor para o Michael, sendo que antes tudo o que se falava era que ele era “comedor de criancinhas”? Apesar de defender em alguns aspectos os meios de comunicação, eu sou aquela velhinha (no meu caso, a minha avó) que agora se revolta com a mídia em volta do caixão falando bem do ídolo, sendo que anteriormente só o criticava. Mas acredito nesse lado bom do Michael, que aparentava sim ser uma pessoa mal compreendida.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário