Convergência é, segundo um dicionário que achei no Google (rs):
2.fig Tendência de várias coisas para se fixarem num ponto ou se identificarem.É cool começar um texto com uma definição do dicionário. Ainda mais hoje que estudei e resolvi postar algo no blog, depois de teempos!
Hoje falo de homens. Vou perder meu tempo com isso. Deu para perceber que estou puta, né?
Estou presa em um maldito trabalhinho de Hipermídia. Tenho que ler "Cultura da Convergência", de Henry Jenkins, e responder um questionário de primário que só falta a professora colocar no enunciado que a "resposta deve ser completa". Aliás, a aula dela é um saco. Mas isso não vem em questão.
No ônibus, seguindo para Niterói, peguei meu notebook e comecei a ler o maldito textinho, tentando pela milésima vez fazer o trabalho. A poltrona ao lado estava vazia, então coloquei minha mochila e fiquei confortááável, na esperança de ninguém aparecer e sentar ao lado, já que o ônibus estava praticamente vazio. Eis que surge um velhinho...
Ele entrou, olhando para os lados, dizendo "poltrona 11...poltrona 11" e eu pensando "merda, não estou sozinha". Localizou o assento, me olhou com um olhar doce e eu, mais que depressa, me curvei, para que ele sentasse. Cordialmente, o senhorzinho perguntou se eu preferia sentar ao lado da janela, se estava confortável e eu, que estava puta com a raça masculina (já já vc vai entender), pensei "own, ainda existem homens fofos". Continuei onde estava e fiz de tudo para que o velhinho fofo ficasse à vontade. Voltei ao meu texto, coloquei o fone no ouvido, e prossegui na minha tentativa dolorosa de me concentrar.
"Eu gosto de mulheres bonitas", "é um prazer sentar ao lado de uma mulher bonita", " não gosto de mulher feia". Não sabia se estava ouvindo bem, mas sim, entendi o que ele disse, e achei fofinho, era um senhor fofo. Ressaltando que estava puta com os homens.
"Você estuda na UFF?", "ah que legal". Normal. Meu note dá um pau e reinicia. Quando abre, meu wallpaper: a Paola Bracho, soltando uma risada malígna. Vem o velho de novo (aí já estou um pouco irritada, pois queria me concentrar e estudar) e me pergunta: "É vc?!".
o.-Pelo velho, já deu para perceber que já estava achando inconveniente. Respondi "não" (mas não tive coragem de dizer que era uma personagem malvada da novela mexicana "A usurpadora", rsrs). Depois ele começou a perguntar se estava estudando, conversando com o namorado (imagine, se eu tivesse alguém que prestasse para chamar de namorado não estaria puta), estudando porque namorei demais, ahh, mil coisas. E claro, falando das mulheres bonitas, que gosta de sentar ao lado de mulheres bonitas, já se achando o íntimo. Começou a falar da filha e continuou a perguntar sobre minha vida. "Ah, porque a mulher bonita..." Eu, boazinha, santinha, pacientinha, respondia com maior educação ao velhinho. Perguntou se eu morava no Ingá, respondi não, se era em São Domingos, também não, para que ele imaginasse que se eu não disse o bairro, era porque não queria papo.
Em Magé, uma senhora desce no ponto. Vagam duas poltronas, justamente ao meu lado. Peço licensa ao senhor e vou para o lugarzinho que só faltava brilhar na escuridão do ônibus. Prossigo a viagem em paz, porém, não termino o meu trabalho.
E o que tem a convergência a ver com tudo isso?
Descobri hoje que perdi meu tempo e minhas palavras com um homem, novo, que não valia a pena. Mais tarde, descobri que perdi meu tempo, minha bondade e minhas palavras com um homem velho, que não valia a pena. Não é na mesma intensidade, uma vez que o senhorzinho não conquistou metade da minha raiva. Mas de qualquer forma, esses dois pontos, insignificantes, convergiram em algum momento. Justamente quando eu estudava a cultura da convergência.
Prometo postar mais. Kisses and hugs. Queria ligar pro meu coleguinha da escola que reencontrei hoje no ônibus. Ele é um gentleman, desde os 10 anos!